quinta-feira, 22 de julho de 2021

Com inocência cultivei a solidão e os pecados dos poderosos eram antigos, somente eu não os via, e a ilha então ficou rodeada de tubarões

 


Com inocência cultivei a solidão e os pecados dos poderosos eram antigos, somente eu não os via, e a ilha então ficou rodeada de tubarões

 

 

 

                Eu detestava a mim mesmo, mas hoje eu me amo porque eu detestava a mim mesmo, e eu teria me amado assustadoramente com ensinamentos que me fizeram falta.

                A essência destes aprendizados me leva a cabo uma única observação, eu teria me amado se eu tivesse tido acesso às letras filosóficas, mas elas existiriam somente a partir de mim mesmo como resultado de traumas profundos que eu sofri desde minha remota infância, e você se perguntaria, como eu sei de tudo isso?

                Eu realmente senti falta de tudo o que eu criei literalmente, eu dou valor a quem e a todos que me segregaram e me discriminaram, eu não saberia me comportar, e vivendo socialmente, de fato, como dado, eu teria sofrido mais traumas ainda, a ponto de acabarem comigo de uma vez, e com quantas eu teria copulado, belas, mas algumas prostitutas.

Então eu sou grato a falta de convites, e assim me disseram, todos tem sua própria vida e o que eu precisava era de assessoria.

                Mas eu não sabia de nada, mesmo, eu segui o curso de uma história pessoal humilde, e esta trajetória me deixa ser real, pois eram trabalhos enaltecedores do caráter do homem, sem ninguém proclamar nada a mim, eu notava o rigor das noites, todos vivendo suas histórias e eu firme em minha trajetória.

Ninguém esperava nada de mim a não ser estes trabalhos servis, que eu amava, sem ter plena consciência que a bebida alcoólica que eu servia seria um peso na minha consciência, como também os encontros noturnos da burguesia e sua ostentação de luxo diante de minha carência emotiva, sentimental e até sexual, eu não escondo minha história, ela é para ser lida, não para ser contada, e assim, o que era humilhação para a alta sociedade que frequentava estas rodos sociais, para mim era prazer, e eu gozava de respeito com a ilusão de felicidade que o capital oferecia a toda esta gente, então eu recebia a taxa pelos castos serviços de garçom e vinha para a casa.

A última vez que eu servi uma mesa, um homem se identificou como general dó exército brasileiro, e eu lhe prestei continência e lhe disse que eu não era mais cabo, eu o cumprimentei e lhe disse que nunca havia pego nas mãos de um general, ele me disse que gosta de ver solados por ai, e  quando eu telefonei à procura de mais serviço como mandava a regra, o maitre havia comentado a gerência que ele não gostara deste meu último serviço, não liguei nunca mais.

Mas continuei a procura de emprego sem ter real conceito de emprego, sem ter concepção real dos acontecimentos, e todo final de semana um colega de trabalho diferente do outro que eu jamais identificaria numa acareação. Autor Reginaldo Afonso Bobato

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário