A face do meu passado
campesino
Eu vivi a
eterna experiência ser um trabalhador braçal, uma só ordem e dois ensinamentos
somente, eu me pus a lavrar a terra com
uma cortadeira, e alguns ensinamentos chegaram até mim, como por exemplo,
misturar a terra com serragem (hoje eu sei que a serragem demora mais ou menos
quinze anos para se decompor).
Eu cuidava
tanto da terra que eu tinha salientes calos em minhas mãos como um condenado a
erviços penosos, mas eu os tinha como encantos, sim, sem conhecer conto de
fadas algum, e assim eu fiquei dos seis anos aos dezessete arando a terra,
cuidando da terá para que ela ficasse fértil, e assim eu cultivava alface que
nunca fechavam suas cabeças, eu tinha um enorme carinho pelas plantinhas, e desta
forma eu me deslumbrava com o mesmo fascínio que Deus tem pela terra que eu vi
e presenciei em sonos e sonhos profundos.
Eu nunca coloquei
uma grama de adubo inorgânico em minhas plantações, mesmo assim, todos os dias tinha
verdura fresca em casa que eu mesmo plantava, colhia e lavava, tinha alface,
rúcula, rabanete, abobrinha, milho verde, feijão vagem.
E ninguém pode
arrancar de um homem seu passado de homem digno e trabalhador, mesmo que eu não
tivera o acompanhamento de ninguém em absoluto, meu irmão, e eu tinha um ideal,
não a parafernália de ser um agrônomo, mas um técnico agrícola, mas eu não
sabeia que existem colégios agrícolas internos nos municípios vizinhos de
Prudentópolis,, e pela indução de Back fui servir o exército em Guarapuava, eu me
encantei com um pistola, mas eu a tinha somente como enfeite e como brinquedo, eu jamais mataria uma única
pessoa, e assim foram três anos transcorridos na caserna, eu mentindo até para
mim mesmo.
Meus pais se
mudaram para Curitiba, e eu me esquecera de todo meu passado, e assim eu ia
vivendo.
Eu fui um medíocre
funcionário público, eu não sabeia da responsabilidade que eu tinha em meus
ombros., foram drásticos acontecimentos para eu valorizar a assiduidade e a pontualidade,
que a tempo eu tenho como ideal de vida e de sobrevivência. Autor Reginaldo Afonso Bobato
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