sexta-feira, 9 de julho de 2021

A face do meu passado campesino

 


A face do meu passado campesino

 

 

 

 

Eu vivi a eterna experiência ser um trabalhador braçal, uma só ordem e dois ensinamentos somente, eu me pus a lavrar  a terra com uma cortadeira, e alguns ensinamentos chegaram até mim, como por exemplo, misturar a terra com serragem (hoje eu sei que a serragem demora mais ou menos quinze anos para se decompor).

Eu cuidava tanto da terra que eu tinha salientes calos em minhas mãos como um condenado a erviços penosos, mas eu os tinha como encantos, sim, sem conhecer conto de fadas algum, e assim eu fiquei dos seis anos aos dezessete arando a terra, cuidando da terá para que ela ficasse fértil, e assim eu cultivava alface que nunca fechavam suas cabeças, eu tinha um enorme carinho pelas plantinhas, e desta forma eu me deslumbrava com o mesmo fascínio que Deus tem pela terra que eu vi e presenciei em sonos e sonhos profundos.

Eu nunca coloquei uma grama de adubo inorgânico em minhas plantações, mesmo assim, todos os dias tinha verdura fresca em casa que eu mesmo plantava, colhia e lavava, tinha alface, rúcula, rabanete, abobrinha, milho verde, feijão vagem.

E ninguém pode arrancar de um homem seu passado de homem digno e trabalhador, mesmo que eu não tivera o acompanhamento de ninguém em absoluto, meu irmão, e eu tinha um ideal, não a parafernália de ser um agrônomo, mas um técnico agrícola, mas eu não sabeia que existem colégios agrícolas internos nos municípios vizinhos de Prudentópolis,, e pela indução de Back fui servir o exército em Guarapuava, eu me encantei com um pistola, mas eu a tinha somente como enfeite  e como brinquedo, eu jamais mataria uma única pessoa, e assim foram três anos transcorridos na caserna, eu mentindo até para mim mesmo.

Meus pais se mudaram para Curitiba, e eu me esquecera de todo meu passado, e assim eu ia vivendo.

Eu fui um medíocre funcionário público, eu não sabeia da responsabilidade que eu tinha em meus ombros., foram drásticos acontecimentos para eu valorizar a assiduidade e a pontualidade, que a tempo eu tenho como ideal de vida e de sobrevivência. Autor Reginaldo Afonso Bobato

 

 

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