Fome de honra
Vou escrever,
peço licença até a Deus, cumpro assim um desígnio real...
Começo com uma
exclamação,
Oh Deus dos miseráveis!
Eu te faço uma prece, mas precisamos de pressa,
a fome judia enquanto os bancos guardam o descanso do senhor para seus tataranetos
ou até mais, seu sobrenome abrigará gerações que o herdarão, enquanto isso, seu
moço me dê nuns trocos, peço socorro e por favor só corra, meu passado é
impuro, minhas ações não tiveram valor, sinto muito a vida que me castiga, por favor
me dê uns trocos e não olhe para meu passado, já passou.
Oh
Deus dos mártires e oprimidos, o que temer teu santo nome?
A
cruz é bonita pendurada ao peito, não lembrada profundamente como efeito de
valor que deveria ser dada a ela, ninguém a quer, presto atenção nesse detalhe,
convivo com ele, e a fibra do labor, a filha do clamor sentem a energia pulsar
em suas veias, e já são quase onze, o mendigo exposto ao frio e ao julgamento
ainda está embaixo das marquises a espera de inquirição e de um prato de comida. Autor Reginaldo Afonso Bobato
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