Um pouquinho do nascimento da filosofia Naldista
Para
escrever sobre uma gota de orvalho que o sol faz evaporar, eu me levantei muitas
vezes de madrugada para sentir a cerração.
Para
eu escrever sobre um soldado de cabeça de papel, eu criei bolhas de calos na
planta de meus em marchas que eu fiz, e para eu discorrer sobre sua patente eu
fiquei em silêncio vigiado e para muitos, a mais vergonhosa castidade.
Para
eu escrever sobre o mar eu aprendi a respeitá-lo.
Para
eu escrever sobre o posto de saúde, eu dei valor ao soro das cobras, ao sangue
que se doa, dei valor às suas senhas, e sendo assim o ódio não existe, seu José
chegou às cinco, então o Rei é dele.
Para
escrever sobre os encantos, eu fui humilhado e fiquei várias vezes nos cantos
acabrunhado.
Para
escrever sobre honra, senti na pele e nos olhos a discriminação.
Para
escreve sobre os alemães e sua glória lá no alto da compadecida, eu tropecei
numa suástica nazista, bati meu corpo ao chão e desloquei meu ombro esquerdo.
Para
escrever sobre Deus eu tive que santificar até prostitutas.
Para
eu escrever sobre política eu tive que me perder em meio a ignorantes e eu
descobri que o principal caminha para se castrar politicamente um homem é pela
sua sexualidade, todos pensam que conhecem um homem pelos seus instintos, e as
vezes é possível conhecer se ele é mancebo.
Para
escrever sobre irmandade eu tive que descobrir que ninguém forja tanto à
segredos quanto o primeiro irmão. Autor Reginaldo Afonso Bobato
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