quarta-feira, 20 de julho de 2022

Um pouquinho do nascimento da filosofia Naldista

 


Um pouquinho do nascimento da filosofia Naldista

 

 

         Para escrever sobre uma gota de orvalho que o sol faz evaporar, eu me levantei muitas vezes de madrugada para sentir a cerração.

         Para eu escrever sobre um soldado de cabeça de papel, eu criei bolhas de calos na planta de meus em marchas que eu fiz, e para eu discorrer sobre sua patente eu fiquei em silêncio vigiado e para muitos, a mais vergonhosa castidade.

         Para eu escrever sobre o mar eu aprendi a respeitá-lo.

         Para eu escrever sobre o posto de saúde, eu dei valor ao soro das cobras, ao sangue que se doa, dei valor às suas senhas, e sendo assim o ódio não existe, seu José chegou às cinco, então o Rei é dele.

         Para escrever sobre os encantos, eu fui humilhado e fiquei várias vezes nos cantos acabrunhado.

         Para escrever sobre honra, senti na pele e nos olhos a discriminação.

         Para escreve sobre os alemães e sua glória lá no alto da compadecida, eu tropecei numa suástica nazista, bati meu corpo ao chão e desloquei meu ombro esquerdo.

         Para escrever sobre Deus eu tive que santificar até prostitutas.

         Para eu escrever sobre política eu tive que me perder em meio a ignorantes e eu descobri que o principal caminha para se castrar politicamente um homem é pela sua sexualidade, todos pensam que conhecem um homem pelos seus instintos, e as vezes é possível conhecer se ele é mancebo.

         Para escrever sobre irmandade eu tive que descobrir que ninguém forja tanto à segredos quanto o primeiro irmão. Autor Reginaldo Afonso Bobato

 

 

 

 

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