terça-feira, 23 de outubro de 2018

As profundezas do meu eu!


As profundezas de meu eu.!



Mesmo que o ato de escrever seja lento, pois eu comecei a escrever oficialmente com trinta e anos de idade e já tenho 52 anos, ninguém me ensinou a escrever, isso que eu tenho é um Dom e que não é nato, desenvolvi com o tempo, vivendo com ou sem paixão, sofrendo ou não sofrendo, vivendo ou quase morrendo, e rindo muito pouco, talvez assim eu queria estar protegendo a verdade que não mata, a verdade que tenta curar, e a minha primeira redação (era quase uma relação) recebi como premio os aplausos da sala de aula e o visto da sisuda professora Jessy na minha folha de redação da sétima série, e até agora eu escrevi 78 livros, e há quem é formado em filosofia e não conseguiu escrever nenhum livro, nenhum texto que seja de seu legítimo pensamento filosófico e o que acabei de lhe falar seja um incentivo, pois todos queremos homens obedientes e subservientes, mas não pensadores, e é possível pensar até na dura lida, no trabalho suado.
O que é a dura lida para um filósofo?
É o brio, a honra e a dignidade da pessoa humana a quase toda prova, ainda mais se ele tem uma família para sustentar ou ajudar, e se ele tiver ciência que ele tem estas qualidades, não se cansará jamais como prelúdio bíblico.
A folha da redação eu não sei onde foi parar, mas eu me lembro dela e um pouco do texto...
Eu escrevi sobre uma visita do Mudinho, era um mendigo que frequentava nossa grande casa de madeira nos fundos e de alvenaria na frente, nós éramos dez, eu e meu irmão mais novo dormíamos no sótão.
O mudinho ia quase todos os dias lá  em casa, a mãe carinhosamente abria as portas de seu coração para ele entrar.
Nossa casa era frequentada pela vizinhança, e eu cuidava de um grande quintal nos fundos, meu irmão mais velho me ensinara a arar a terra com uma cortadeira e a plantar, eu tinha por volta dos seis aos sete anos de idade, e eu gostava de cuidar da terra, eu buscava serragem de uma serraria próxima a nossa casa e virava a terra pra valer, tanto que eu tinha calos salientes nas duas mãos, e que perduraram até os quinze ou dezesseis anos quando concluí o antigo segundo grau,  tanto até que eu queria ser agrônomo, mas buzinaram nos meus ouvido da possibilidade de eu conseguir um emprego no exército, coisa eu não conseguia de jeito nenhum no município que eu morava, mesmo sem eu ter noção alguma sobre a vida dentro e fora desta caserna, me alistei num município próximo conforme orientação pela indução, próximo ao nosso município, era certeza que eu seria convocado, mesmo com escoliose em S em minha coluna vertebral.
Servi o exército por três anos e acabei me esquecendo dos meus ideais.
Minha aguçada visão filosófico despertou realmente a intenção de ser escritor com profundidade aos trinta anos de idade, eu então escrevi numa folha de papel, pois não conhecia computador na época, assim:
Quero fazer uma saudação, aquela que todos vocês viram, a todos vocês que compactuam com ela, consciente ou inconscientemente!
À discriminação aos doentes mentais e aos seus familiares.
Às crianças que não puderam nascer e crescer.
Aos aflitos e desamparados.
Ás viúvas e aos  órfãos.
Aos mendigos atrás de trabalho.
Aos portadores do HIV.
Aos indigentes.
Aos obesos.
Aos que sofrem de síndrome de down.
Se eu sou todos e discrimino alguns.
Então eu não sou nada? Autor Reginaldo Afonso Bobato





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