Poesia erudita
Vou
escrevendo, tiro um ponto, ponho uma
vírgula, modifico a sentença e os artigos pedem conjunção, nomeio uma
frase, faço indagações precisas sujeitas a averiguações sintáticas, pronuncio o
início da oração com verbos irregulares, enalteço a frase que me diz numa crase
para voltar à oração principal, sou mais do que o talento de uma exímia
literatura quando prenuncio a verdade contextual, descrevo a sensação de ser
erudito quando erradico a pobreza vocabular, emendo as frases e até crio sinônimos, antônimos,
parônimos, ricas analogias me dizem
gramaticalmente que precisam de real interpretação, transcrevo à aptidão
dos verbos a colocação pronominal, rico idioma português dá ênfase a esta
língua musical, cumpro com rigor a exigência da gramática numa terna
simplicidade, o termo pede pronomes oblíquos, e a regência é verbal e nominal, e
o rigor de nossa idioma é fazer você se ater a pensamentos claros e
compreensíveis, e incrivelmente poéticos.
Autor Reginaldo Afonso Bobato
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