Fui expulso pelo
paradoxo militar
Eu fui arar a
aterra e senti dores nas minhas costas, minha mãe e meu pai me levaram à Irati
onde clinicava o Dr. Jorge, um ortopedista, e ele me indicou uma oração?
Ara e são?
Não!
Primeiramente
fui diagnosticado com escoliose em S e ele me indicou natação, o que fui
prontamente atendido pela minha mãe, eu e o meu irmão mais novo íamos à piscina
como se fossemos ricos, e eu nadava, nadava e nadava, mas não era um velocista
da natação, não tinha técnica para tanto, nem físico, em razão desta minha
deficiência.
Eu não sei como
eu ingressei no exército brasileiro como razão desta minha deficiência, mas em
suma, quem me socorreu foi a mãe, e meu pai a ajudava com gestos e ações, eu
tenho ciência disso, falo isso em respeito à sua memória.
Lembro-me que
ele mandou fazer uma caixa de engraxar sapato para mm, era a mais bonita da
vizinhança, além de fazer dois ternos, um para mim e outro ao meu irmão mais
novo, para irmos ao casamento da minha irmã mais velha, eram tecidos vendidos
por ele.
Eu não sabia
que existe humilhação, nem orgulho, eu simplesmente aceitava os contextos,
doentes ou sãos, então eu fazia trabalhos para a minha irmã mais velha, eu ia
ao banco para ela, e ganhava dela um dinheirinho para ir ao cinema final de
semana, eu adorava aquela vida.
Eu me lembro
que estava passando um filme intitulado “Pixote! que fora estreado pela Vera
Fischer e pela Xuxa, no auge dos meus conhecimentos sexuais, e o segurança do
cinema ameaçou chamar a polícia se eu não me retirasse do recinto, eu vi apenas
algumas senas pornográficas anos mais tarde.
E assim o
Brasil estava saindo da ditadura militar, e se tudo não era ocultado, as
mazelas sociais eram reveladas grotescamente. Autor Reginaldo Afonso Bobato
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