quarta-feira, 7 de agosto de 2024

Fui expulso pelo paradoxo militar

 

Fui expulso pelo paradoxo militar

 

 

 

Eu fui arar a aterra e senti dores nas minhas costas, minha mãe e meu pai me levaram à Irati onde clinicava o Dr. Jorge, um ortopedista, e ele me indicou uma oração?

Ara e são?

Não!

Primeiramente fui diagnosticado com escoliose em S e ele me indicou natação, o que fui prontamente atendido pela minha mãe, eu e o meu irmão mais novo íamos à piscina como se fossemos ricos, e eu nadava, nadava e nadava, mas não era um velocista da natação, não tinha técnica para tanto, nem físico, em razão desta minha deficiência.

Eu não sei como eu ingressei no exército brasileiro como razão desta minha deficiência, mas em suma, quem me socorreu foi a mãe, e meu pai a ajudava com gestos e ações, eu tenho ciência disso, falo isso em respeito à sua memória.

Lembro-me que ele mandou fazer uma caixa de engraxar sapato para mm, era a mais bonita da vizinhança, além de fazer dois ternos, um para mim e outro ao meu irmão mais novo, para irmos ao casamento da minha irmã mais velha, eram tecidos vendidos por ele.

Eu não sabia que existe humilhação, nem orgulho, eu simplesmente aceitava os contextos, doentes ou sãos, então eu fazia trabalhos para a minha irmã mais velha, eu ia ao banco para ela, e ganhava dela um dinheirinho para ir ao cinema final de semana, eu adorava aquela vida.

Eu me lembro que estava passando um filme intitulado “Pixote! que fora estreado pela Vera Fischer e pela Xuxa, no auge dos meus conhecimentos sexuais, e o segurança do cinema ameaçou chamar a polícia se eu não me retirasse do recinto, eu vi apenas algumas senas pornográficas anos mais tarde.

E assim o Brasil estava saindo da ditadura militar, e se tudo não era ocultado, as mazelas sociais eram reveladas grotescamente. Autor Reginaldo Afonso Bobato

 

 


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