O velho casarão,
destino irrefutável do mudinho....
Eu
existo devagarzinho, e assim de letra em letra o poema toma forma, e mesmo que
eu te pareça pitoresco, eu acho que eu existi para bem escrever, e às vezes o sofrimento vem antes da escrita, eu não tardaria
de saber disso, e quando eu via aquele pequeno homem todo maltrapilho sendo tratado como um Rei
pela minha mãe eu percebi que inevitavelmente eu seria instrumento da palavra
verídica, e desta forma minha mãe abria as portas de seu coração para que o mudinho
entrasse, e tudo isso é uma menção honrosa a este gesto tão pueril de bem
servir o próximo independente de sua condição social.
Observo
ainda que de outra forma eu teria que registrar estes momentos, o amor pueril
tomou conta de minha mãe naqueles momentos, chame a isso de Deus, o Deus conosco,
e não a grandiosidade de um sacerdócio que não é visto pela origem da criação,
mas pequenos gestos que desafiam a normalidade da padronização dos
acontecimentos eruditos.
Ela
não precisou de religião alguma para fazer frente a este episódio, simplesmente
o fez, e tudo isso se repetiria até o ato final.
Não há vida na discriminação extrema, e de posse da verdade contextual o perdão é dar como gesto de amor ao próximo, eu compreendo a vontade cristã de fazer valer a essência deste mandamento, esta vida é efêmera, e nós como resposta, precisaremos ser perdoados, o que você pensa que é retidão, é erro, é o caminho para desterro, e ninguém atribuiria uma nobre ação de minha mãe àquele ser tão insignificante para a sociedade, mas que para Deus seria razão para ela ser aplaudida pela mais alta corte de anjos celeste, até Deus aprendeu com estes gestos tão sublimes que me fizeram pensar, refleti e escrever. Autor Reginaldo Afonso Bobato
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