Quando eu passei a existir, eu, o Reginaldo Afonso Bobato
Quando eu passei a
existir, eu, o Reginaldo Afonso Bobato
As pessoas que
fazem mal pra mim?
Eu me esqueço
das malvadezas, prova disso de que quando eu era criança meu pai me espancou, e
eu fui me lembrar deste espancamento somente depois dos quarenta, e eu fui
vivendo com ele e nada em seu comportamento me fazia me lembrar aquela violência
que eu sofri.
Outras
violências do sincretismo religioso, eu levei um tapa na cara do Marcelo Menom,
seu pai trabalhava com o pai de um primo
que deve ter instigado esta brutalidade, e fui vítima de risos de escárnio e
zombaria de um vizinho meu que era paupérrimo e que minha mãe o ajudava, todos
os dias ele ia lá em casa jantar, ele se sentava no meio da cozinha, e eu para
revidar suas provocações sentei-me na frente dele, duas ou três vezes, para provar que ele era hipócrita, pois diante
de minha mãe ele se comportava , e todos então me julgaram que eu dei as costas
aos pobres, e isso eu fui descobrir bem longe do acorrido pela psicossomática,
e observei que tudo caia no meu esquecimento e nada me fazia lembrar dos contextos
passados, então quando eu descobri que fui discriminado algo tinha que mudar, então eu criei um texto
que transformaria tudo e a todos, este texto se encontra escrito no livro
intitulado “Cartas ao paraíso”.
Eu fui induzido
ao coito anal por representação a um estado de guerra, e assim para aquecer nossos
corpos, dormimos duas ou três noites colados um no outro.
Pelo que eu compreendi,
eu fui julgado como impudico.
Tive que
escrever, pois eu não saia de uma terapia, e tudo era falta de filosofia.
Se eu me queixasse
para alguém sobre os ocorridos, seria pior para mim,
Uma vez eu
perdi a paciência e o chamei junto aos canteiros onde eu trabalhava, eu disse,
trabalhe aqui, trabalhe., e ele nada falou e me deu as costas junto de um grupinho,
eu acho que quem sofreu daí foi meu irmão mais velho que me ensinou a arar a
terra com uma cortadeira o que me valei calos salientes em minhas mãos, mas encantos,
pois queria ser técnico agrícola.
Observe que
hoje o que eu sou e quero ser é escritor político-filosófico-poético.
A vida foi hostil
comigo, e nunca recebi um convite oficial para uma festa de aniversário, e desta
forma não tinha acesso a informações.
Não existia
psicologia para mim, nada de psicologia, simplesmente eu era só, sozinho, o só
do Nazismo nunca fica só, o só do nazismo tem musica orquestrada e música romântica
e letras para se interpretar, e eu seria apenas uma ameaça à sociedade e
viveria preso ao passado.
Eu me libertei
do meu passado, mas relato a verdade, somente a verdade.
Eu sei que as
pessoas que eu conheci eram inteligentes, mas não eram sábias, e hoje eu sei
que elas são mais inteligentes ainda, para não dizer astutas, e assim, mantenho distância para sobreviver, mesmo que
tudo hoje me faça lembrar delas.
Observe que
quero que elas vivam para saber mais acerca de si mesmas, quem eu fui e quem eu
sou, sem medo, temor, mágoas e sentimentos de vingança. Chame a tudo isso de amor
à verdade e de perdão. autor Reginaldo Afonso Bobato
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