quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

Cem anos com honra, é pedir demais?

 

 


Cem anos com honra, é pedir demais?

 

 

Eu medi a razão de viver no meio do ódio para se ter, se ater à ignorância aceita, o homem só, sozinho buscando a verdade que não existe, o estado que não é seu, sua mulher não é sua, guardando o silêncio e o segredo para seus próprios filhos, o que seria ele em frente a esta veracidade?

                Só um monstro fugitivo até de si mesmo, e enquanto isso sua família é molestada e estuprada, seu futuro, impróprio, sua natureza conspurcada como se tudo fosse natural, e o mais novo pródigo sem o prodígio de ser um formando, a luta de igual para igual existiu para seus avós que guardaram o silêncio onde suas mãos mostravam a narrativa do sofrimento e da dor...

                Menciono a existência do Deus que os esqueceu, um canto qualquer, um dedo de prosa não deu tempo, eles morreram sem se lembrarem de deixar um legado escrito, e as vezes é tão difícil formular palavras e a sentença verbal, o Rei e sua majestade impunha o degredo moral frente à angústia de longos anos de labuta, passados de geração para geração, e a nova prole negando tudo e a todos, até a força inesgotável da angústia, ser, rever a história, como caiu no esquecimento do progresso, sonho e virtude sem eles, como?

                O retrato vivo da sobrevivência viu homens sisudos pairando no tempo o doce gosto de meninas conquistadas, oh homem de nosso tempo, qual valorização temos que dar ao passado?

                Virtude sagrada que vele nosso caráter, pois ser não pode ser o opróbrio e a vergonha, vasculho teu íntimo. O que meu Deus faltou, falhou?

                Misericórdia, pois se espelhar no comportamento do século vinte e um te daria vinte e um anos de cadeia, e nada mais a temer, e se não for mais.  Autor Reginaldo Afonso Bobato 

               

               

 

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