Cem anos com honra, é pedir demais?
Eu medi a
razão de viver no meio do ódio para se ter, se ater à ignorância aceita, o
homem só, sozinho buscando a verdade que não existe, o estado que não é seu,
sua mulher não é sua, guardando o silêncio e o segredo para seus próprios
filhos, o que seria ele em frente a esta veracidade?
Só
um monstro fugitivo até de si mesmo, e enquanto isso sua família é molestada e
estuprada, seu futuro, impróprio, sua natureza conspurcada como se tudo fosse
natural, e o mais novo pródigo sem o prodígio de ser um formando, a luta de
igual para igual existiu para seus avós que guardaram o silêncio onde suas mãos
mostravam a narrativa do sofrimento e da dor...
Menciono
a existência do Deus que os esqueceu, um canto qualquer, um dedo de prosa não
deu tempo, eles morreram sem se lembrarem de deixar um legado escrito, e as
vezes é tão difícil formular palavras e a sentença verbal, o Rei e sua majestade
impunha o degredo moral frente à angústia de longos anos de labuta, passados de
geração para geração, e a nova prole negando tudo e a todos, até a força inesgotável
da angústia, ser, rever a história, como caiu no esquecimento do progresso,
sonho e virtude sem eles, como?
O
retrato vivo da sobrevivência viu homens sisudos pairando no tempo o doce gosto
de meninas conquistadas, oh homem de nosso tempo, qual valorização temos que
dar ao passado?
Virtude
sagrada que vele nosso caráter, pois ser não pode ser o opróbrio e a vergonha,
vasculho teu íntimo. O que meu Deus faltou, falhou?
Misericórdia,
pois se espelhar no comportamento do século vinte e um te daria vinte e um anos
de cadeia, e nada mais a temer, e se não for mais. Autor Reginaldo Afonso Bobato
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