O mestre calado
O cidadão viveu
a vida toda se escondendo atrás de uma batina, ou de um terno, ou de uma roupa
social e vive se achando bom e quer combater o maligno que ergue prédios suntuosos
com o calo de suas mãos, senão, pega na roçadeira e derruba um capão de mato
para plantar o trigo que se transformará no pão da vida.
Eu fico pensando,
será que todos nós só queremos o conforto do capitalismo?
Será que nós
não estamos aumentando a condenação ao homem que não teve oportunidade de ser
letrado e que trabalha duro.
Será que somos
omissas as questões nobres da vida porque eles são, pobres?
Será que nós não
enxergamos o brasileirinho trabalhar, e ele também tem um metro e oitenta de
altura, é louro e tem olhos azuis, e o cidadão que tem um metro e sessenta de
altura tem até carro importado, e é defendido com o rigor da lei e da ordem,
nada contra, mas para que tanta discrepância e ocultação do Brasil que é louro,
não propriamente pardo ou outra cor, e que praticamente se esconde embaixo de
uma mecha de capa preta. Autor Reginaldo Afonso Bobato
Nenhum comentário:
Postar um comentário