Eu nunca escrevi para
impressionar ninguém, eu sempre fui profundo e vivi os contextos.
Eu fui um cabo
medíocre, e praticamente não operacional quando eu servi o exército, e você se
pergunta como é que eu sou criador filosófico?
Eu comecei a
criar filosoficamente na sétima serie do antigo primeiro grau, eu fiz uma
redação em homenagem ao mudinho que frequentava nossa residência e que era
servido pela minha mãe, e na conclusão da redação eu escrevi assim: “minha mãe
abria a porta de seu coração para o mudinho entrar”.
Minha redação
foi a melhor da classe e recebeu um visto de minha sisuda professora de
português chamada de professora Gessy.
Eu passei longos
anos sem escrever, e foi um vazio literal par mim, mas foi o que salvou minha vida.
Voltei a
escrever profundamente e oficialmente aos trinta anos de idade quando eu
trabalhei de auxiliar de produção à empresa de um de meus cunhados.
Eu escrevi em
folhas de papel, e uma vez eu voltei ao Colégio Barão de Capanema onde eu
cursei o antigo segundo grau, estava escrito no mural um poema do escritor
Paulo Leminski a seguinte frase: A todos os que compactuam com o nazismo”
Eu li e ferveu
meu sangue literário, daí eu escrevi:
Quero fazer
uma saudação, aquela que todos vocês viram, a todos vocês, negros, brancos,
cristãos, judeus etc.
À
discriminação aos doentes mentais se a seus familiares.
ÀS crianças eu
não puderam nascer.
Aos mendigos
atrás de trabalho.
Aos infectados
pelo HIV
Aos portadores
de doenças incuráveis.
Se eu sou
todos e desprezo alguns, então eu não sou nada?
Este poema
está publicado no livro “Cartas ao paraíso” que eu lancei em 2009 pela editora Corpos,
de Porto-Portugal.
Criar filosoficamente
é natural em mim, mesmo que eu acredite que nenhum dom literário nasce com a
pessoa, é preciso um meio esterno para estimular a criação, e observe que minha
intenção principal com este texto foi libertar meus dois irmãos consanguíneos
que tinham sido enclausurados pela psiquiatria e fazer ver que todos compactuam,
pelo menos um pouco com o nazismo,
porque aqui quem o atacou era paradoxal, antagônico e contraditório Autor Reginaldo Afonso Bobato .