Morte por acidente?
Morte por acidente?
Eu tirei a
carteira de motorista quando eu fui promovido a cabo, quando um tenente da seção
mobilizadora me falou que eu era preguiçoso por não ter uma carteira, eu gravei
esta frase no meu subconsciente, ele me falou isso quando eu era soldado ,na época eu trabalhava com ele e o cabo Alberto que era exigente e descendente de índios.
Uma vez o tenente
mandou comprar água de bateria para ele, eu comprei água mineral.
Ainda bem que
não comprei nem um carro, nem uma moto, pois teria morrido acidentado, posto
que eu tivesse um autismo bem evoluído na época.
O cabo Olímpio
me levou para conhecer alguns prostíbulos no morro alto.
Eu pedi
emprestado a chave do carro dele para dar uma pequena volta, ele me deu, eu
acelerei então o fusca assustadoramente que alguns policiais civis nos pegaram
e nos puseram contra a parede e nos advertiram para não repetir tamanha proeza
pois seria perigoso atropelar alguém.
Todos nós saímos
ilesos e eu com mais um drástico aprendizado.
O cabo Olímpio
pediu para não relatarmos este feito para ninguém, eu particularmente guardei
silêncio até os dias de ontem, quer seja, desde 1988.
Na época eu
era virgem, e ninguém sabia disso. Ninguém ou todos?
Havia um lugar
melhor para ele me arrastar?
E olhe que ele
foi, mesmo tendo uma nota no curso de cabo menor do que a minha, ele fora escolhido
para fazer o curso de sargento temporário, hoje eu dou graças a Deus por não
ter sido promovido a sargento, pois assim eu teria que ser um superficial (super oficial.
No prostíbulo
que ele me levou não havia nenhuma mulher atraente, e eu temia também contrair sífilis
e gonorreia, pois na época eu fazia faculdade e a monografia que eu quis apresentar
com o trabalho metodológico era sobre doenças venéreas, e eu tinha fobia de
sexo e não queria experimentar, mesmo porque eu não tinha nenhum desejo sexual,
e nem sabia que eu tinha o direito humano de ter desejos sexuais, e eu estava
tão perdido que não sabia que eu tinha um pai, uma mãe, irmãos e irmãs que
poderiam me ensinar algo se eu não tivesse medo nem vergonha de perguntar.
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