quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

Morte por acidente?

 


Morte por acidente?

 

Morte por acidente?

 

 

 

Eu tirei a carteira de motorista quando eu fui promovido a cabo, quando um tenente da seção mobilizadora me falou que eu era preguiçoso por não ter uma carteira, eu gravei esta frase no meu subconsciente, ele me falou isso quando eu era soldado ,na  época eu trabalhava com ele e o cabo  Alberto que era exigente e descendente de índios.

Uma vez o tenente mandou comprar água de bateria para ele, eu comprei água mineral.

Ainda bem que não comprei nem um carro, nem uma moto, pois teria morrido acidentado, posto que eu tivesse um autismo bem evoluído na época.

O cabo Olímpio me levou para conhecer alguns prostíbulos no morro alto.

Eu pedi emprestado a chave do carro dele para dar uma pequena volta, ele me deu, eu acelerei então o fusca assustadoramente que alguns policiais civis nos pegaram e nos puseram contra a parede e nos advertiram para não repetir tamanha proeza pois seria perigoso atropelar alguém.

Todos nós saímos ilesos e eu com mais um drástico aprendizado.

O cabo Olímpio pediu para não relatarmos este feito para ninguém, eu particularmente guardei silêncio até os dias de ontem, quer seja, desde 1988.

Na época eu era virgem, e ninguém sabia disso. Ninguém ou todos?

Havia um lugar melhor para ele me arrastar?

E olhe que ele foi, mesmo tendo uma nota no curso de cabo menor do que a minha, ele fora escolhido para fazer o curso de sargento temporário, hoje eu dou graças a Deus por não ter sido promovido a sargento, pois assim eu teria que ser um superficial   (super oficial.

No prostíbulo que ele me levou não havia nenhuma mulher atraente, e eu temia também contrair sífilis e gonorreia, pois na época eu fazia faculdade e a monografia que eu quis apresentar com o trabalho metodológico era sobre doenças venéreas, e eu tinha fobia de sexo e não queria experimentar, mesmo porque eu não tinha nenhum desejo sexual, e nem sabia que eu tinha o direito humano de ter desejos sexuais, e eu estava tão perdido que não sabia que eu tinha um pai, uma mãe, irmãos e irmãs que poderiam me ensinar algo se eu não tivesse medo nem vergonha de perguntar.

Hoje eu sei que o ódio que um tenente teve contra mim salvou minha vida. Autor sofredor Reginaldo Afonso Bobato 

 


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