A maresia de um santinho
A maresia de um santinho
Eu
vivi o drama de minha família, meu pai era um mandatário para o trabalho digno,
a exemplo de meu irmão mais velho, era uma grande casa, mas eu não tinha bons amigos,
se eu os tivesse tido, eu não teria calos salientes em minhas mãos na minha
tenra idade.
Eu
me lembro que a terra que eu cultivava era fraca, eu pegava a Kombi de meu pai ia
até uma serraria quatro quadras dali e catava serragem, eu fiz esta viagem várias
vezes, e assim eu virava a terra com uma cortadeira, e este arado é que fez calos em minhas mãos, eu preparava a terra com
bastante carinho, e hoje eu sei que a serragem demora quinze anos para se
decompor, ainda se não for serragem de imbuia.
Para
os estrangeiros virem a saber, imbuia é uma madeira nobre e resistente a podridão
e aos cupins.
Eu
cultivava com um amor profundo, e todos os dias eu ia ver as plantinhas
crescerem, eu queira ser técnico agrícola. Mas minha pureza não permitia, eu
não usava adubo químico nem qualquer tipo de veneno..
Além
deste trabalho, eu ajudava meu pai, mas meu autismo não me permitiu ser um
exímio vendedor, eu ia com ele para o interior de Prudentópolis vender guarda
chuvas, retalhos de tecido por quilo e salames.
Eu
via poucas vendas de meu pai, e este sofrimento eu trazia comigo, além de seus
goles de seu trago de cachaça, ele nunca me retribuía financeiramente, e para
ganhar uns trocos, eu engraxei sapatos, vendi sorvete e ia ao banco para a
minha irmã mais velha, e assim eu comprava as sementes e ia ao cinema aos
domingos, eu adorava este lazer, eu jamais me imaginei ser um ator, nem sabia
qual a essência de atos heroicos.
Na
volta aproveitávamos trazer cascas de pinheiro e gravetos da serraria que eu picava
com um machado.
Eu
não imaginava que aquele mundo de encantos se acabaria, era praticamente uma fazenda,
e se tinha algum marasmo era típico de criança em desenvolvimento como o Brasil.
Minha
mãe sempre me ordenava ir atrás de um emprego e eu fui levado pela indução de
Back para a ilusão do exército, lá eu aprendi a conhecer desde cedo minhas limitações,
e o apego ao meu passado campesino me impediu de eu ir procurar prostitutas
pela indução de alguns sargentos, eu nem sabia que sexo existia, e se sabia, eu
tinha um falso ensinamento que sexo enfraquecia e emagrecia, pois eu tinha
complexos de magreza, eu ingressei no exército com cinquenta e cindo quilos, e de
fato, eu achava que era algo proibido para mim, era um erro, mesmo que eu tenha
sido molestado por um bissexual aos dezoito anos.
Quando
ele fez sexo oral para mim, eu não sabia o que era aquilo, ele passou a mão em
minha bunda, e a partir daí, isso foi meu bem, eu saí de seu apartamento e fui
para o quartel e aleguei que estava de serviço no dia seguinte.
No fundo eu sabia que isso era uma vergonha bem mais
para mim.
Eu me mantive casto até os meus vinte e um nos de
idade.
Pela indução de minha irmã ultra católica , eu fui
morar no Capão da Imbuia, e eu não sabia porque, simplesmente fui levado por
ela, e ao entrar na casa, ele escreveu num espelho que eu não ficaria mais
sozinho.
Fui apresentado então à Mariza que dividiria a casa
conosco, ela foi a primeira mulher na minha vida, ela tinha mais ou menos uns trinta
anos de idade, senão mais.
Ela entrou no meu quarto, tirou as roupas, e me chamou
para o ato sexual.
Quando eu estava quase gozando, ele pediu para eu gozar
fora, daí eu não consegui.
Vinha de sua vagina um odor fétido, eu acho que a
exemplo de mim, ela não havia tomado banho, ele simplesmente conspurcou contra
minha pureza.
Ultima vez que a vi, ela ingressou ne nossa então
moradia com um cidadão de olhos azuis, um homem mais velho do que ela.
Eu não fitava nos olhos de ninguém, mas os olhos dele
me chamaram a atenção,
A Mariza tinha a cor de uma afrodescendente de cútis negra,
e na época eu não tinha condições de ser pai, é por isso que eu tentei gozar
fora, a responsabilidade me chamou mais atenção do que os desejos, e eu sempre fui
assim, mesmo que eu tenha ido atrás da verdade quando eu fui caluniado várias
vezes e me envolvido com mentiras atrozes.
Até hoje eu não compreendo porque tanto ódio contra um
lourinho cheio de sonhos como eu. Historiador-autor Reginaldo Afonso Bobato
Nenhum comentário:
Postar um comentário