domingo, 5 de dezembro de 2021

A maresia de um santinho

 


A maresia de um santinho

 

               

A maresia de um santinho

 

                Eu vivi o drama de minha família, meu pai era um mandatário para o trabalho digno, a exemplo de meu irmão mais velho, era uma grande casa, mas eu não tinha bons amigos, se eu os tivesse tido, eu não teria calos salientes em minhas mãos na minha tenra idade.

                Eu me lembro que a terra que eu cultivava era fraca, eu pegava a Kombi de meu pai ia até uma serraria quatro quadras dali e catava serragem, eu fiz esta viagem várias vezes, e assim eu virava a terra com uma cortadeira, e este arado é  que fez  calos em minhas mãos, eu preparava a terra com bastante carinho, e hoje eu sei que a serragem demora quinze anos para se decompor, ainda se não for serragem de imbuia.

                Para os estrangeiros virem a saber, imbuia é uma madeira nobre e resistente a podridão e aos cupins.

                Eu cultivava com um amor profundo, e todos os dias eu ia ver as plantinhas crescerem, eu queira ser técnico agrícola. Mas minha pureza não permitia, eu não usava adubo químico nem qualquer tipo de veneno..

                Além deste trabalho, eu ajudava meu pai, mas meu autismo não me permitiu ser um exímio vendedor, eu ia com ele para o interior de Prudentópolis vender guarda chuvas, retalhos de tecido por quilo e salames.

                Eu via poucas vendas de meu pai, e este sofrimento eu trazia comigo, além de seus goles de seu trago de cachaça, ele nunca me retribuía financeiramente, e para ganhar uns trocos, eu engraxei sapatos, vendi sorvete e ia ao banco para a minha irmã mais velha, e assim eu comprava as sementes e ia ao cinema aos domingos, eu adorava este lazer, eu jamais me imaginei ser um ator, nem sabia qual a essência de atos heroicos.

                Na volta aproveitávamos trazer cascas de pinheiro e gravetos da serraria que eu picava com um machado.

                Eu não imaginava que aquele mundo de encantos se acabaria, era praticamente uma fazenda, e se tinha algum marasmo era típico de criança em desenvolvimento como o Brasil.

                Minha mãe sempre me ordenava ir atrás de um emprego e eu fui levado pela indução de Back para a ilusão do exército, lá eu aprendi a conhecer desde cedo minhas limitações, e o apego ao meu passado campesino me impediu de eu ir procurar prostitutas pela indução de alguns sargentos, eu nem sabia que sexo existia, e se sabia, eu tinha um falso ensinamento que sexo enfraquecia e emagrecia, pois eu tinha complexos de magreza, eu ingressei no exército com cinquenta e cindo quilos, e de fato, eu achava que era algo proibido para mim, era um erro, mesmo que eu tenha sido molestado por um bissexual aos dezoito anos.

                Quando ele fez sexo oral para mim, eu não sabia o que era aquilo, ele passou a mão em minha bunda, e a partir daí, isso foi meu bem, eu saí de seu apartamento e fui para o quartel e aleguei que estava de serviço no dia seguinte.

                No fundo eu sabia que isso era uma vergonha bem mais para mim.

                Eu me mantive casto até os meus vinte e um nos de idade.

                Pela indução de minha irmã ultra católica , eu fui morar no Capão da Imbuia, e eu não sabia porque, simplesmente fui levado por ela, e ao entrar na casa, ele escreveu num espelho que eu não ficaria mais sozinho.

                Fui apresentado então à Mariza que dividiria a casa conosco, ela foi a primeira mulher na minha vida, ela tinha mais ou menos uns trinta anos de idade, senão mais.

                Ela entrou no meu quarto, tirou as roupas, e me chamou para o ato sexual.

                Quando eu estava quase gozando, ele pediu para eu gozar fora, daí eu não consegui.

                Vinha de sua vagina um odor fétido, eu acho que a exemplo de mim, ela não havia tomado banho, ele simplesmente conspurcou contra minha pureza.

                Ultima vez que a vi, ela ingressou ne nossa então moradia com um cidadão de olhos azuis, um homem mais velho do que ela.

                Eu não fitava nos olhos de ninguém, mas os olhos dele me chamaram a atenção,

                A Mariza tinha a cor de uma afrodescendente de cútis negra, e na época eu não tinha condições de ser pai, é por isso que eu tentei gozar fora, a responsabilidade me chamou mais atenção do que os desejos, e eu sempre fui assim, mesmo que eu tenha ido atrás da verdade quando eu fui caluniado várias vezes e me envolvido com mentiras atrozes.

               Até hoje eu não compreendo porque tanto ódio contra um lourinho cheio de sonhos como eu. Historiador-autor Reginaldo Afonso Bobato

 

 

 

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