sexta-feira, 17 de junho de 2022

A fé é um Rei e ela ara, um tributo à Vaneli Ferreira

 


A fé é um Rei e ela ara, um tributo à Vaneli Ferreira

A fé é um Rei e ela ara, um tributo à Vaneli Ferreira

 

 

 

         A Vaneli Ferreira foi minha primeira e única namorada oficializada, e se eu tivesse na época tido os conhecimentos que eu tenho hoje, eu teria até arrendado um pedaço de terra para plantar mandioca para ficar do seu lado, tamanha foi a pureza de nossa relação, e se me perguntam eu não hesito de falar que ela foi minha primeira e única namorada oficializada, e se duvidarem de minha sexualidade esta dúvida é bem menor do que o amor que eu senti por ela e que não pude manter porque eu era autista e me desligava da realidade e acreditava num mundo autônomo, por falta de explanação científica sobre a constituição matrimonial, simplesmente não existiam palavras para corrigir minha estupidez, minha ignorância e minha falta de coragem, e ninguém enxergaria isso em mim porque eu era um militar senão da ativa, da reserva também.

         Eu poderia me espelhar em meus pais, mas eu estava longe deles também, e ninguém soaria com exemplo, eu simplesmente abandonei o namoro, e eu não sabia que o mundo me abandonaria também com palavras de sabedoria que fizeram falta pra mim a vida toda, e assim todo comportamento exemplar seria fútil sem explanação científica.

         Deixo escrito tudo isso para inocentá-la de qualquer culpa que ela possa ter sentido.

         Ela tinha quinze anos e eu vinte, e eu não sabia que existia sexualidade como direito, para mim, sexologia era só vergonha e culpa, mesmo sabendo que antes do casamento institucionalizado é vergonha e culpa, mesmo com consentimento familiar.

         Como contaria minha história sem me lembrar dela?

         Como viveria uma outra história sem me lembrar que o primeiro beijo na boca foi ela quem deu.

         Eu digo tudo isso para você para que você valorize tua amada esposa e não a traia nem com palavras, respeite-a, divinize-a com todo o valor que ela merece, e é o que faltou para mim. Autor Reginaldo Afonso Bobato 

 

  

 

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