A fé é um Rei e ela ara, um tributo à Vaneli Ferreira
A fé é um Rei e ela ara,
um tributo à Vaneli Ferreira
A
Vaneli Ferreira foi minha primeira e única namorada oficializada, e se eu
tivesse na época tido os conhecimentos que eu tenho hoje, eu teria até
arrendado um pedaço de terra para plantar mandioca para ficar do seu lado,
tamanha foi a pureza de nossa relação, e se me perguntam eu não hesito de falar
que ela foi minha primeira e única namorada oficializada, e se duvidarem de
minha sexualidade esta dúvida é bem menor do que o amor que eu senti por ela e
que não pude manter porque eu era autista e me desligava da realidade e
acreditava num mundo autônomo, por falta de explanação científica sobre a
constituição matrimonial, simplesmente não existiam palavras para corrigir
minha estupidez, minha ignorância e minha falta de coragem, e ninguém
enxergaria isso em mim porque eu era um militar senão da ativa, da reserva
também.
Eu
poderia me espelhar em meus pais, mas eu estava longe deles também, e ninguém
soaria com exemplo, eu simplesmente abandonei o namoro, e eu não sabia que o
mundo me abandonaria também com palavras de sabedoria que fizeram falta pra mim
a vida toda, e assim todo comportamento exemplar seria fútil sem explanação científica.
Deixo
escrito tudo isso para inocentá-la de qualquer culpa que ela possa ter sentido.
Ela
tinha quinze anos e eu vinte, e eu não sabia que existia sexualidade como
direito, para mim, sexologia era só vergonha e culpa, mesmo sabendo que antes
do casamento institucionalizado é vergonha e culpa, mesmo com consentimento
familiar.
Como
contaria minha história sem me lembrar dela?
Como
viveria uma outra história sem me lembrar que o primeiro beijo na boca foi ela
quem deu.
Eu
digo tudo isso para você para que você valorize tua amada esposa e não a traia
nem com palavras, respeite-a, divinize-a com todo o valor que ela merece, e é o
que faltou para mim. Autor Reginaldo Afonso Bobato
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