quinta-feira, 25 de junho de 2020

Autismo resolutivo e a busca do existir

Autismo resolutivo  e a busca do existir

 

                Fui criado livre, leve e solto, o meu primeiro grande impacto visual foi com crianças desinibidas e mal trajadas lideradas pelo Paulo Ramos e com os pés ao chão. (minha irmã me jogou na frente deles)

                Minha vida então mudaria radicalmente pelas induções que eu sofreria, e acabei sendo engraxate, vendi sorvete, entreguei panfletos, arei a terra com uma cortadeira que deu calos salientes e esperanças de ter uma profissão digna, e ademais sai sem destino a procura de emprego, fui até a uma gráfica ucraniana e não consegui êxito

Com muitas limitações eu era católico, do tipo que rezava calado todos os dias no sótão, no abençoado sótão da velha casa, e quando eu fazia prova escolar eu escrevi no lado superior direito, deus me ajude, pois eu não tinha concepção de ensinamento algum, era somente decoreba.

                Eu recebia ordens, e o único ideal mesmo era eu ser um dia técnico agrícola, mas isso seria impossível alcançar êxito, eu era correto demais e não recebi influência de mais ninguém, a não ser do Carlos que nunca foi ver uma única plantação de alface, nem sequer ele gosta muito de verduras.

                Pra você ter uma idéia do meu quadro social, eu era contra usar adubo químico na terra, eu pegava a Kombi de meu pai levava serragem para adubo ( hoje eu seu que a serrgaem demora quinze anos para se decompor)

                As cabeças e alface e de repolho nunca fechavam, mas sempre tínhamos em nossa mesa os frutos de meu labor, e eu não sabia que poderia doar ou vender, e creio que muitos me acusaram de egoísta.

                Eu simplesmente seguia os rastros da vida, plantar, irrigar, colher e comer e nada mais a temer.

                Depois fui somado aos contextos, ia pescar na Barrinha, um rio perigoso que não tinha peixes, (devo acreditar que era por causa da poluição) e pela insistência à pesca, as margens viviam marcadas pela presença humana, e ninguém mandava em mim, em absoluto, eu agi conforme minha própria vontade, mas em razão de induções,  eu não sabia que os nossos pais e irmãos poderiam direcionar nossas vidas, com exceção das ordens do Carlos e induções que eu sofri para ser militar sem consciência alguma de seu significado (na minha concepção eu seria apenas uma aprendiz burocrático, e o Tenente Lima me advertiu que eu morreria num  setor burocrático quando reagiu a um deslize meu, eu lhe disse que aqui já existiam dois oficiais, e ele reagiu firmemente com sua voz grossa e autoritária, você vai morrer num setor burocrático,)

                Até hoje não sei o que ele quis dizer sobre isso, mas na verdade, eu recebi uma severa punição do comandante supremo do quartel, eu fiquei quinze dias detido, mas a redação da punição era incompatível por ser severa demais, eu não consegui ler tudo.

                A justificativa da punição é que eu teria perdido um bloco de rascunho que ele me deu astutamente.

                Até hoje não sei exatamente qual a razão da perseguição, pois eu era inofensivo, arma para mim era somente para enfeite, e o mundo todo a minha volta era perfeito teoricamente,

                Os entes presentes falaram quem fala o que quer, ouve o que não quer.

                E assim eu ia vivendo e sofrendo, sofrendo e vivendo.

                E assim entre tropeços, encrencas e desilusões minha vida fora marcada.

                Era somente me ordenar que eu faria, mas em alguns aspectos nem com ordem do diabo, eu jamais quis ser homossexual, havia indução contra este ato passivo, mas a favor deste ato ativo, e eu quase caí devido a induções perversas e maquiavélicas, eu acho que é por causa disso que eu fui molestado em Guarapuava pelo Neto, um funcionário do Banco do Brasil, desta forma eu não poderia ser nazista ou fascista.

                Eu acho que o mundo vivia em mim e eu não conhecia o mundo, e as descobertas paulatinas eu as tive com traumas e profundas seqüelas, pois é vergonhoso o ato em si, ainda mais pelo fato de eu ser militar bisonho.

                Eu desconhecia o direito a sexualidade heterossexual, todo tipo de sexo era um erro que ninguém viria, a saber, em termos, eu guardei silencio porque eu não sabia que poderia relatar sobre minha vida, como razão de honra e brio.

                Hoje eu estou maduro para falar a respeito para que você não transgrida contra a pureza de teu corpo, independente de tua raça ou  etnia, religião ou posição social.

                Prudentópolis deixou marcas profundas em mim, fui longe da verdade para conhecê-la, nadei em tanques barrentos, fui as cachoeiras exuberantes e me encantei com suas águas frias, meu pai e minha mãe eram segredos para mim.

                Mas o acesso a uma de suas meninas era restrito para mim, por desconhecimento de causa, seria preciso muitas explanações para eu dar um único beijo no rosto de Teia, por exemplo, eu a admirava e a procurava no colégio, na piscina e quanto mais eu olhava para ela era uma distância incalculável para entender meu mundo e o mundo dela, o que eu relataria se existisse realmente ligação entre o meu mundo em casa e da escola.

                Tudo seria mudado, o velho casarão perdoaria os pecados do mundo e eu o encheria até com almas penadas, e o enfoque multidisciplinar seria filosofar para continuarmos juntos na jornada do conhecimento do outro que visaria ter menos traumas o possível, mentos complexos de culpa, até o Neto pediria desculpas até para si mesmo, meu Deus, eu era virgem, puro e ingênuo e ele me molestou, e hoje o perdôo, mas deixo a carta aberta para que você saiba que mesmo belo ou feio, jovem ou ancião, rico ou pobre corre o risco de sofrer muitas sanções sociais em virtude de uma única chupeta perversa.

               

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