Trás
Escrevo
como se o tempo não tivesse passado, mas sou outro, e mudei como ele...
Uma dosada aferição no que ele fez me diria que
ficou marcado o momento do adeus, e me dá um calafrio
Quantos momentos iguais a este terei que
suportar?
A
dor da melancolia me fala que cada gesto do presente pode ser um ato para o
futuro, e uma bucólica busca do que somos pelo que seremos não nos diz
exatamente o que seremos, e a busca do que éramos é a raiz do problema, há quem
medite para isso, sim, em longos anos de reflexão, descobrir o que se é pelo
que se era e o que não se é pelo que se era ou não se foi.
O
que não é mais pelo que já foi, feridas cicatrizadas, feridas abertas, outro dia,
dez anos, vinte e cinco anos atrás, mas abri meu olhos para que todo este tempo
passasse, e assim achei respostas a minhas perguntas mais secretas.Autor Reginaldo Afonso Bobato
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