Calos nas mãos de
minha alma
Eu posso dizer
(modéstia a parte) que eu sei escrever porque minha alma enxerga mais do que
meus olhos, e meus olhos cansados enxergam mais que a mais perfeita visão, e
assim é preciso sair da zona de conforto.
Peito ao vento
gelado e o sol com vergonha trás me uma bucólica nostalgia quando avistei ao
frio um mendigo que me cumprimentou sorridente
mente dando a impressão que nada havia para se lastimar, era noite de sono,
jornais ao chão sobre o colchão velho, ele não estava ali como alguns de classes
ricas e abastadas, e dormiu, seus sonhos espiavam a vida de uma dama abraçada
ao seu leito de amor viril, outro dia, mais um dia sem quase nada a esperar que
não seja calos nos pés, humilhação e degredados filhos da pátria o que teriam
para dizer sobre as escassas esmolas vindas dos soberbos que estão cheios de
julgamento que os obriga a ocultar sua face tímida.
Então, onde eu estive, chorei, vi
a dor revestida de saudade e me pus a decifrar este enigma que é o amor, que
nos causa medo. Autor Reginaldo Afonso Bobato
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