Narciso na boca
A boca maldita bendiz a nós poetas, não silencia uma
seresta, confessa que atrai sobre si olhares cativos.
A Curitiba cheia de lisonja, de mão em mão ali cresce com a critica,
se reveste mística com opiniões cerceadas de franca nostalgia, e um dia
qualquer como outro resplandece o sol e cai a geada e uma antiga jornada de
assuntos febris instauram polêmicas, somos parte, as vezes de uma só voz, da
vez de nossos egrégios avós, e a candura apoteótica de discursos, se sobressai com um silêncio que não existe, palavras e
cochichos de lábios sisudos e trêmulos pelo frio levantam até teses, clamam a messe, selam alianças, pobreza ou pujança, ali está a voz dos ventos, o uivo dos lobos e até o
rugir de canhões pala paz se ela faz, e o que mais tem por trás, meigos olhares
sobre pequenos grupos aviltam uma antiga quimera, reivindicações entram em
pauta, gritos de guerra de pequeninos inflamam uma multidão, boca maldita são
todos um só, clama, implora e faz votos,
vota, encerra o dia parecendo uma angústia no peito, melancolia prediz antigos
ditados, nos resumem em análises profundas, boca oriunda de tantos mundos, de
um só Brasil. Autor Reginaldo Afonso Bobato
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