quinta-feira, 30 de maio de 2019

Silêncio vigiado



Silêncio vigiado

               

                Eu não quero, não gosto de me lembrar o que eu vivi e deixei de viver, o que eu passei para me transformar num escritor de letras que me fizeram falta, estas mesmas letras que eu criei, que estão indo para teu consciente de modo pronto e fácil, mastigado, e tudo seria objeto para me manter num meio aparentemente simples, mas que é preciso a inserção da sabedoria ou do silêncio quase total  e isso como sinal de alienação.
                Como eu queria ter discorrido sobre minha vida, desde minha tenra infância, como eu queria, e a própria vida teria se inserido mais na minha vida, mesmo que viesse grosseira e sorrateira, eu passei por isso quando eu era criança, várias vezes,
                E eu não sei como é que eu estou vivo, pois eu não acreditava na morte e nem sabia que a morte existia, mesmo que eu fosse num velório.
                Eu teria então tido três ou quatro filhos saudáveis e uma mulher fiel e dedicada ao lar, e seria feliz, menos um filósofo.Por Reginaldo Afonso Bobato

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