Silêncio vigiado
Eu
não quero, não gosto de me lembrar o que eu vivi e deixei de viver, o que eu
passei para me transformar num escritor de letras que me fizeram falta, estas
mesmas letras que eu criei, que estão indo para teu consciente de modo pronto e
fácil, mastigado, e tudo seria objeto para me manter num meio aparentemente
simples, mas que é preciso a inserção da sabedoria ou do silêncio quase
total e isso como sinal de alienação.
Como
eu queria ter discorrido sobre minha vida, desde minha tenra infância, como eu
queria, e a própria vida teria se inserido mais na minha vida, mesmo que viesse
grosseira e sorrateira, eu passei por isso quando eu era criança, várias vezes,
E
eu não sei como é que eu estou vivo, pois eu não acreditava na morte e nem
sabia que a morte existia, mesmo que eu fosse num velório.
Eu
teria então tido três ou quatro filhos saudáveis e uma mulher fiel e dedicada
ao lar, e seria feliz, menos um filósofo.Por Reginaldo Afonso Bobato
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