quinta-feira, 16 de maio de 2019

Quando fitei teus olhos...



Quando fitei teus olhos...

Antes dos trinta anos, os tribunais não existiam pra mim, mesmo que me colocassem a minha frente o juiz da mais ilibada conduta,, eu era um mundo a parte e o que me impedia de prosseguir com erros era o constrangimento e a vergonha, nada mais do que isso, mesmo que eu tenha errado, um erro para mim era único, não tinha, na minha concepção, ligação com outros, e a tempo  não via os olhos de ninguém, olhava para o chão como que a procurar por mim mesmo ,enquanto isso, mentiam pra mim, em  rodas de medíocres, em filmes, em lorotas, e assim , se eu não fugia da realidade, eu não a vivia e conhecer a si mesmo era  preciso, mas seria necessário muita coragem para eu descrever a mim mesmo, como eu estou fazendo agora, desde os meus vinte e nove anos eu sou casto, me resguardo com o rigor de um comportamento inexoravelmente correto em vista do que passei quando fui molestado com meu consentimento, pensando ser bom e prazeroso, mas que não era nenhum prazer moral, somente corporal.
Eu descobri que eu precisava olhar nos olhos das pessoas para conversar quando eu li um livro da biblioteca que me explicava como fazer para falar com as pessoas. Autor Reginaldo Afonso Bobato

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