Morro
Meu nome é
barraco
Moro nos
caixa-prego
Vejo o sol
nascer em janelas não tão quadradas
Valetas em céu
aberto exalam mal cheiro
Pequenos
botecos chamam a confusão num litro de cachaça e a parteira chegou para salvar
a mãe solteira da insalubridade e o rio que passa mata a sede dos dejetos
Piedade diz o
pastor Senhor venha e cure os enfermos e valor do trabalho é regado ao suor da
mendicância, papelão da sociedade.
A febre da dengue ameaça em picadas de morte, o perigo
que assusta e que virá, e que verão, que inverno, inferno.
Peregrinos da
sorte
A miséria das
enchentes encha meu prato valorize minha mente, sou indigente.
As roupas que
uso não são minhas, mas agradeço as doações e nem sei quem as vestiu,
mauricinhos ou as patrinhas, assim consigo me despir um pouco vergonha, carrego
um pouco de charme no autar da madre cita, vejo filhos da aurora erguer as mãos
em louvor as musicas sacras saco gosto de rock também e me delicio com a
Califórnia dream.
Eco de
esperanças podres rastreia o céu para avisar que a branca chegou e as mãos
corrompem os bons e os bons se tornam maus, e o sangue não para de jorrar do morro, morro por
falar morro se ficar quieto.
Escuto tiros e
a vida morre no rio de sangue.
Obs. O texto
serve para o resgate de consciência, principalmente governamental, e não para
discriminação.
Pelas
palavras, podem se levar melhorias gerais, portanto, não cometa agressão contra
ninguém, nem danifique casa alguma. Autor Reginaldo Afonso Bobato
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