Reais paixões
Vim da distância que não alcançaria,
os detalhes desta solidão, muito a se ensinar seria pouco, e somente um
pouquinho eu seria mais do que eu sou, eu mesmo tive que ver, não havia
conceito de ciência, concepção de ciência para mim, fui levado pelas
circunstâncias, quem me esperava era o acaso e o sobreaviso de sobrevivência, e
palavras também são alimentos, minha alma sentiu fome, desterro e alienação, esperavam
assim que eu não fosse somente o resultado do que esperavam de mim sem doutrinas, e elas são um toque amável,
reconhecimento afável, verdadeiras distinção, presságios da vida que não me
comparariam com ninguém em absoluto e me fariam distinto, devo perceber e ter
certeza que sofri quando não sofria, e ao descobrir as verdadeiras razões me
veio a febre do medo e do calafrio, e novamente um impulso à superação venci a
depressão, a angústia, os tormentos e consegui enxergar na plenitude o que eu
perdi que nunca conquistei, que não era meu de fato, fuga, pavor, temor,
lágrimas em derradeiras buscas a mim mesmo no que tange às veracidades, como se
mil anos tivessem vido à tona em instantes de reflexão, serena vida que
sobrevive sem astúcia, nem ingenuidade, o normal de ser normal e seu supremo
direito, os fatos então se condicionariam à realidade, sim, senti o mau,
palavras rudes, calúnia, injúria e difamação, e nos cantos o riso do escárnio e
da zombaria, sorrisos doentes e patéticos eram quase verossímeis, diriam, eu
não, nem pensar, sobram palavras para provar que eles estavam errados,
enganados e completamente indiferentes à minha real história, de pureza, labor
e paixão. Autor Reginaldo Afonso Bobato
Nenhum comentário:
Postar um comentário