quinta-feira, 15 de março de 2018

Morro


Morro


Meu nome é barraco
Moro nos caixa-prego
Vejo o sol nascer em janelas não tão quadradas
Valetas em céu aberto exalam mal cheiro
Pequenos botecos chamam a confusão num litro de cachaça e a parteira chegou para salvar a mãe solteira da insalubridade e o rio que passa mata a sede dos dejetos
Piedade diz o pastor Senhor venha e cure os enfermos e valor do trabalho é regado ao suor da mendicância, papelão da sociedade.
A febre  da dengue ameaça em picadas de morte, o perigo que assusta e que virá, e que verão, que inverno, inferno.
Peregrinos da sorte
A miséria das enchentes encha meu prato valorize minha mente, sou indigente.
As roupas que uso não são minhas, mas agradeço as doações e nem sei quem as vestiu, mauricinhos ou as patrinhas, assim consigo me despir um pouco vergonha, carrego um pouco de charme no autar da madre cita, vejo filhos da aurora erguer as mãos em louvor as musicas sacras saco gosto de rock também e me delicio com a Califórnia dream.
Eco de esperanças podres rastreia o céu para avisar que a branca chegou e as mãos corrompem os bons e os bons se tornam maus, e o  sangue não para de jorrar do morro, morro por falar morro se ficar quieto.
Escuto tiros e a vida morre no rio de sangue.
Obs. O texto serve para o resgate de consciência, principalmente governamental, e não para discriminação.
Pelas palavras, podem se levar melhorias gerais, portanto, não cometa agressão contra ninguém, nem danifique casa alguma. Autor Reginaldo Afonso Bobato

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