Com inocência cultivei a solidão e os pecados dos poderosos eram antigos, somente eu não os via, e a ilha então ficou rodeada de tubarões
Eu
detestava a mim mesmo, mas hoje eu me amo porque eu detestava a mim mesmo, e eu
teria me amado assustadoramente com ensinamentos que me fizeram falta.
A
essência destes aprendizados me leva a cabo uma única observação, eu teria me
amado se eu tivesse tido acesso às letras filosóficas, mas elas existiriam
somente a partir de mim mesmo como resultado de traumas profundos que eu sofri
desde minha remota infância, e você se perguntaria, como eu sei de tudo isso?
Eu
realmente senti falta de tudo o que eu criei literalmente, eu dou valor a quem
e a todos que me segregaram e me discriminaram, eu não saberia me comportar, e
vivendo socialmente, de fato, como dado, eu teria sofrido mais traumas ainda, a
ponto de acabarem comigo de uma vez, e com quantas eu teria copulado, belas,
mas algumas prostitutas.
Então eu sou grato
a falta de convites, e assim me disseram, todos tem sua própria vida e o que eu
precisava era de assessoria.
Mas
eu não sabia nada, mesmo, eu segui o curso de uma história pessoal humilde,
e esta trajetória me deixa ser real, pois eram trabalhos enaltecedores do
caráter do homem, sem ninguém proclamar nada a mim, eu notava o rigor das
noites, todos vivendo suas histórias e eu firme em minha trajetória.
Ninguém
esperava nada de mim a não ser estes trabalhos servis, que eu amava, sem ter
plena consciência que a bebida alcoólica que eu servia seria um peso na minha
consciência, como também os encontros noturnos da burguesia e sua ostentação de
luxo diante de minha carência emotiva, sentimental e até sexual, eu não escondo
minha história, ela é para ser lida, não para ser contada, e assim, o que era
humilhação para a alta sociedade que frequentava estas rodos sociais, para mim
era prazer, e eu gozava de respeito com a ilusão de felicidade que o capital
oferecia a toda esta gente, então eu recebia a taxa pelos castos serviços de
garçom e vinha para a casa.
A última vez
que eu servi uma mesa, um homem se identificou como general dó exército
brasileiro, e eu lhe prestei continência e lhe disse que eu não era mais cabo, eu
o cumprimentei e lhe disse que nunca havia pego nas mãos de um general, ele me
disse que gosta de ver solados por ai, e quando eu telefonei à procura de mais serviço
como mandava a regra, o maitre havia comentado a gerência que ele não gostara
deste meu último serviço, não liguei nunca mais.
Mas continuei
a procura de emprego sem ter real conceito de emprego, sem ter concepção real
dos acontecimentos, e todo final de semana um colega de trabalho diferente do
outro que eu jamais identificaria numa acareação. Autor Reginaldo Afonso Bobato
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