Jardim real
Quando eu
souber, deixe que eu espie tuas vontades e que seja nosso segredo, e sua
revelação um ato mortal, quero ser teu espelho e se espelhe em mim como vontade
inexorável e suprema, convincentemente isenta de pecado, dolo ou perversão.
Deixe-me ver
teus mais profundos sentimentos, são as rosas para meu jardim seco pela
estiagem, daí então quero te regar com o orvalho de meus beijos, descer no teu
corpo e penetrar nas tuas verdades, de mansinho a ver, e cada pétala a cair
para avisar que teu cheiro me chama perfazendo desígnios de realeza
indubitável, velarei então pelo teu sono e no limiar de teus sonhos quero te
acordar movido por desejos puros.
Há eu fico doente
por eles e me curo, derrubarei até um muro, murmuro nos teus ouvidos
veracidades gentílicas como a milhares de anos atrás, serei teu dono, teu
protetor, tua fortaleza, teu abrigo, luz para sombras, entregas, opinião
formada.Autor Reginaldo Afonso Bobato
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