sábado, 30 de abril de 2016

Autointerpretação



Autointerpretação



Os tempos me levaram onde eu os tinha  perdido, pelo capricho dos deuses não me esqueci até do que não vi, na sua integralidade.
          Deus do céu, Deus do chão e da paixão que me concebera, e tudo estava longe de estar tão perto, ali era  outro comum aos olhos dos homens, eu me cerquei deste mundo, espiei minhas vontades mais secretas para fazer parte dele, um só cochicho eu teria que perceber vidas outras que não seriam propriamente minhas, mesmo que sua concepção fosse remota.
          Cada dia eu via o que não via, eu via, sem ressentimentos a dor era menor, qual dor é maior do que a ofensa?
          Não era forte nem fraco, um equilíbrio quase fatal nortearam os acontecimentos.
          Seria como diriam, neste instante a divagação que me faltou, seria preciso conceituar amor e ódio, me desvencilhar do que eu jamais seria sendo sem ser.
          Outrora a vigiar meus pensamentos, as ações pitorescas cumpriam o destino de ações que me vigiaram e me lançaram a descrever atitudes que me lançavam ao desconhecido.
          Reconhecer que outros agiam em mim não agiram na sua totalidade me fez íntegro mesmo em meio a acusações febris e caluniosas.
          Outro dia, outros anos, a minha interpretação me fez sair ileso, justa foi a causa que me afastou do meio de afetação, vivi por não viver, cri no que não era digno, fui persuadido pelo que não era ideal, sempre com a dúvida e incerteza me vi preso ao passado que não passou.
          Nenhuma alegação de defesa seria maior que minha pureza, eu me vi diante de mentiras que se parecem com verdades aglutinadas, pousou meu silêncio em reflexões profundas. Autor Reginaldo Afonso Bobato

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