Cortina
veneziana de ouro
Dou uma volta
ao mundo sem sair de casa, desconfio até de minha aptidão porque também fui
levado pelo que acreditava ser íntimo sem saber que o íntimo intima, que a boa sorte judia, o azar não vem só do berço
paupérrimo, a contento para quem tem posses e dinheiro também, diga que a violência é um ato cívico,
muitas pedras nos dizem para firmarmos os passos, dar a volta por cima, uma só
pedra ou outra nos deixaria distraídos para tropeçarmos.
Quem tem a
palavra antes das ações que a diga, a profira, a prefira...
É preciso ter
medo antes de tudo, refletir acima de tudo, pois o que existe é a palavra que
não foi ainda dita.
Claro que o
medo ensina, o pudor remedia, a sensatez nos condiciona, e tudo isso é o medo
que não teremos em excesso, a vergonha que não sentiremos em vão e a insensatez
que não nos prejudicará e assim refutaremos influências perversas e perniciosas,
pense que não é fácil ser assim, o pernicioso é o que parece fácil, mas é o que
vicia e te levará a derrocada psicossocial, o que vale a um homem toda riqueza
do mundo se ele tem que ocultar de sua amada os seus pensamentos, guardar tudo
em sigilo, viver escondido até de si mesmo? AutorReginaldo Afonso Bobato